3/21/2013

Love of Enemy - Primeira Temporada: Capítulo 1



Cinco anos depois, pois é, passou mais rápido do que eu podia imaginar. Ficar todo esse tempo fora de Londres me torturou um pouco, mas agora me sinto completamente aliviada por estar de volta. Meu pai fez a questão de voltar pro Brasil, pra resolver alguns problemas da empresa, e acabamos ficando muito mais tempo do que o planejado, e eu tive que voltar a estudar e morar lá, e isso foi a última coisa que eu queria fazer em toda minha vida. Mas enfim, nesse exato momento, estou esparramada na minha cama, fitando o meu quarto do qual eu senti tanta falta, me lembrando de como eu havia deixado ele há cinco anos atrás. Vou confessar que isso aqui está totalmente infantil e que sinto vontade de vomitar ao olhar pra essa decoração de criança, mas isso mudará a partir de amanhã quando minha vida voltar ao normal. Meu pai vai redecorar nossa casa toda. Ele, assim como eu, enjoou dessa decoração totalmente ultrapassada, queria que ele enjoasse da nossa casa também e se mudasse pra outro bairro, mais infelizmente algumas coisas não acontecem do jeito que eu quero. Amanhã vou voltar pro único lugar de Londres que eu abomino: a London Spect High School, minha antiga escola. Eu odeio com todas as minhas forças aquele lugar, e todas aquelas pessoas ... quer dizer, todas não, Eleanor e Perrie eram as únicas que se salvavam. As duas eram minhas melhores amigas, eu estava louca pra matar a saudade delas. Me lembrar das meninas me trouxe muitas outras lembranças que se conectaram e fizeram um filme com diversos momentos escolares em minha cabeça, e a maioria deles eram os mais desagradáveis possíveis, pra minha infelicidade. Eu odiava aquela escola pelo simples fato de que eu sempre sofri naquele lugar, me lembro de tudo como se fosse hoje, todas aquelas pessoas fazendo comentários inescrupulosos sobre mim e me xingando de apelidos tão hostis, todos tão imaturos e pouco se fodendo se estavam me magoando ou não, pessoas baixas, ocas e fúteis, de existência completamente desnecessária. Uma dessas pessoas era Liam Payne, o garoto mais idiota que eu já conheci, jamais me esqueci daquele nome podre e daquela cara de merda azeda dele. Ele foi o que mais me encheu, durante anos, sempre fazendo de tudo pra ver minha desgraça. O fato de que eu tinha os dentes tortos, o cabelo frizzado e despenteado, os óculos enormes, uma barriga ridícula e um estilo de amargar, fazia ele me ridicularizar na frente de todos aqueles alunos, e eu, totalmente bobinha, só sabia chorar e ficar sem reação nenhuma diante daquilo tudo, não tinha um pingo de atitude pra bater de frente com ele, e isso me deixava completamente mal. Meu pai sempre tentou me ajudar, dizendo pra mim ignorar e me manter firme, mas ele não ajudava muito, até porque ele nunca soube lidar com meus problemas, e ele não tem culpa, ele é um homem trabalhador, que dá duro pra poder manter nós dois, e foi sempre assim, desde que mamãe morreu. Agora que nós voltamos, e que eu estou mais crescida, decidi que não vou me deixar abater por absolutamente nada que acontecer naquela escola, cansei de ser fraca e de chorar diante dos meus problemas, agora vai ser diferente, tenho certeza disso.


Acordei com meu despertador, anunciando que eram seis e quinze da manhã, e que infelizmente era hora de levantar. Me levantei meio sonolenta e fui até o banheiro, tomei um banho quente e me vesti. Desci até a cozinha e meu pai estava tomando seu café e lendo um pouco de jornal como de costume, ele me deu um '' Bom dia '' acompanhado de um beijinho carinhoso em minha testa. Eu tomei meu café rapidamente e nós então saímos. Fiquei silenciosa no carro, meu pai não demorou a perceber que havia alguma coisa errada comigo.

Edward: Tudo bem filha? - ele disse, em tom de preocupação -
(S/N): Ahm ... sim pai. - menti -
Edward: É melhor você me dizer logo, daqui a dez minutos alcançamos sua escola.
Minha mentira não foi suficiente, meu pai me conhece melhor do que ninguém, é praticamente impossível enganá-lo.
(S/N): Eu ... eu tô um pouco nervosa, só isso.
Edward: Vai dar tudo certo filha, acredito em você, sei que vai se readaptar bem aquela escola.
Eu não respondi, virei minha cabeça pro lado e fiquei observando a rua, até que o prédio da London Spect alcançou meu campo de visão. Me despedi do meu pai e saí do carro, e logo avistei aquelas duas garotas das quais eu sentia tanta falta. Perrie e Eleanor vieram correndo e nós nos abraçamos, todo o meu nervosismo se esvaiu pra algum lugar distante assim que consegui vê-las, e uma sensação de calma e paz me invadiu por completo.
(S/N): Que saudade de vocês! - sorri -
Eleanor: Meu Deus, olha como você está diferente, tão linda!
(S/N): Obrigada Els, mais olha só pra vocês, estão me humilhando com tanta beleza!
Perrie: Nós três que estamos humilhando a escola toda querida - brincou - Agora vem, vamos entrar.


Eu fiquei paralisada por alguns segundos, juntando todas as forças possíveis pra entrar, mas antes que isso acontecesse, Perrie pegou meu braço e me puxou, me fazendo entrar de uma vez. Fui a diretoria e o diretor Devine me reconheceu, e me entregou a chave do meu velho armário como presente, ele deve se lembrar bem de mim, afinal eu sempre ganhava prêmios como melhor aluna e aluna do ano. Guardei minhas coisas no armário e fui pra sala com Eleanor, e Perrie se dirigiu a sua sala, que fica ao lado da nossa. Nós nos sentamos e conversamos um pouco, até que o sinal bateu e todos os alunos começaram a entrar em suas salas, que merda! Meus colegas entraram, eu reconheci boa parte das pessoas, e graças a Deus ninguém me reconheceu. Um casal entrou na sala de mãos dadas, e não demorou nem dois segundos pra que eu pudesse reconhecê-los: eram Liam Payne e Danielle Peazer. Eleanor nem precisou me contar sobre o namoro dos dois, consegui deduzir tudo naquele momento. Aqueles dois se merecem mesmo, são dois insuportáveis que não valem merda. Danielle foi outra que me encheu até não poder mais, com aquele jeito seco e insignificante, e aquele nariz de tucano que me dá náuseas até hoje. A professora de história, senhorita Shnauzer entrou, eu dei um breve aceno pra ela, que a fez ficar surpresa em me ver.


Shnauzer: Você está tão diferente, tão linda! - sorriu -

(S/N): Ahm, obrigada professora. - sorri fraco -
Danielle: Quem é essa garota professora? - perguntou, com uma curiosidade que podia ser vista em seus olhos -
Shnauzer: É (S/N) Foxer, uma antiga colega de vocês, se lembram dela?
É, pelo visto todos se lembravam muito bem de mim, pois todos me olharam com os olhos meio que arregalados, o que me fez ficar um pouco constrangida.
Danielle: Wow, quem é vivo sempre aparece - sorriu sarcasticamente me medindo de cima a baixo - E se não fosse pela cinta, diria que você está muito viva.
(S/N): Não estou usando cinta. - falei séria -
Liam: Ela deve ter amarrado toda aquela gordura com elásticos e puxado tudo pras costas - disse, acompanhado de um risinho -
(S/N): Não tenho gordura escondida em lugar nenhum.
Danielle: Ah, cadê seus óculos com lente de rodas de caminhão hein querida? - riu -
(S/N): Devem estar em um lugar bem aberto, acho que estão no seu ...
Eleanor: (S/N), chega né? - me interrompeu, tampando minha boca -


As duas primeiras aulas passaram voando, quando me dei conta estava descendo as escadas com Perrie e Eleanor de meus dois lados, cheias de euforia e falando sem parar. Chegamos ao pátio e ficamos num lugar qualquer, conversando, até que um ser completamente inútil veio nos atormentar.
Liam: Oi meninas, não estão amassadas?
Eleanor: O que você quer dizer com isso Payne? - perguntou, confusa -
Liam: É que sabe como é, se a Foxer cair em cima de vocês, vocês vão ficar amassadas e estiradas no chão feito pvc.
(S/N): Nossa, era pra ser engraçado? - falei, esbanjando meu mau humor -
Liam: Todas as baleias são mau humoradas feito você?
Eleanor: Sai daqui Payne, deixa a gente em paz vai. - Eleanor pediu, com toda sua excelente educação -
XXX: Deixa as garotas em paz cara - um garoto se aproximou, e Liam se virou em sua direção -
Liam: Eu venho ver se sua namoradinha está bem e não ganho nem um muito obrigado? Cadê a educação que a Jay fala tanto que você tem hein Tommo? - Liam disse, fingindo indignação na voz -
XXX: Haha que engraçadinho você né? Vai lá com os meninos, Niall já comprou sua valiosa comida, agora podemos conversar um pouco.
Liam: Okay ... Cuidado hein meninas, se a amiga de vocês cair, já sabem o destino trágico que vão ter - ele riu, depois se dirigiu pra algum lugar do pátio -
Eleanor: Esse Payne está ficando cada vez mais chato em Louis. - resmungou -
Louis: Ele brigou com Danielle agora a pouco, por isso está tentando se distrair, só que ele quer se distrair da forma errada, ignorem ele se ele caso voltar aqui.
Perrie: Se ele voltar eu vou dar um chute em lugares muito inconvenientes dele. - ameaçou -
Louis: Pode dar, nem ligo - riu - (S/N), você se lembra de mim? Sou Louis Tomlinson.
Me lembrei um pouco dele, Louis era um garoto bem legal que vivia fazendo brincadeiras e graçinhas o tempo todo, e se eu não estou ficando louca, o Payne disse que Eleanor é a namoradinha dele? 
(S/N): Lembro sim, oi Louis - sorri -
Louis: Você ficou bem bonita.
(S/N): Obrigada.
Louis: Ahm, bem vinda de volta. - sorriu - Bom, agora eu vou ali conversar com os meninos, até logo.
Eleanor o seguiu com o olhar até ele sumir em meio a multidão de alunos, eu fiquei olhando pra ela esperando uma explicação.
Eleanor: Tá me olhando assim por que?
(S/N): Tem certeza de que não sabe?
Eleanor: (S/N), você está bem?
(S/N): Não muda de assunto não, safadinha! - ri -
Eleanor: Você está me assustando.
(S/N): Me conta logo Els!
Eleanor: Contar o que exatamente?
(S/N): O que o Tomlinson é seu!
Ela ficou paralisada e com os olhos levemente arregalados por alguns segundos, formulando uma resposta.
Eleanor: É- é m-meu amigo ué - gaguejou, constrangida -
(S/N): Só isso?
Perrie: Por enquanto é. - riu -
Eleanor não disse nada, apenas ficou fitando o vazio e após alguns segundos mudou de assunto.

Eu e as meninas ficamos conversando em frente ao portão da escola até que meu pai chegou, me despedi delas e entrei no carro. Ele disse que nossa casa estava de ponta cabeça, cheia de pedreiros e decoradores, e que a reforma duraria mais ou menos uma semana. Fiquei um pouco irritada com isso, imagina só eu dormindo com meu quarto todo cheio de sacos de cimento e materiais para construção, que horror! Meu humor mudou em dois segundos quando meu pai disse onde íamos ficar até que a reforma terminasse, no Hotel Savoy. Aquele hotel é vida, um dos mais caros de Londres, me senti completamente diva por saber que vou passar uma semana lá. Chegamos ao hotel e uns carregadores nos ajudaram a subir com as malas, quando eu entrei no quarto, fiquei pasma e ao mesmo tempo maravilhada, aquele quarto era do tamanho do andar de cima da minha casa inteira, tinha uma decoração perfeita e um terraço com uma visão linda. Me joguei em uma das camas e meu pai ficou parado, rindo da minha cara por alguns minutos. Após ajeitar suas malas, ele se despediu de mim e voltou pra empresa, me deixando sozinha naquele quarto que mais parecia uma mini mansão. Fiquei no terraço olhando pra rua por horas, até que me bateu um imenso tédio e eu tive uma ideia genial. Tomei um banho e me troquei, em seguida caminhei até o Starbucks, e adivinha quem eu encontrei por lá? Exatamente, a viciada da Eleanor, tomando um de seus cafés preferidos. Escolhi o Starbucks por que sabia que a encontraria por lá, afinal, ela vai até lá todos os dias, como eu disse, ela é uma viciada. Conversei com ela, e contei tudo sobre o hotel, ela ficou maravilhada, e disse que quer conhecer. Nós conversamos tanto que quando me dei conta eram seis e meia da tarde, não acreditei que conversamos por tanto tempo. Me despedi de Eleanor e fui andando apressadamente pro hotel, já deduzindo o que meu pai diria quando eu chegasse.


Então, o que acharam do primeiro capítulo? Deixem seus comentários e se quiserem sigam-me no twitter: @paynew0rld, obrigada, beijos <3






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